O mercado de carros movidos a hidrogênio na Califórnia enfrenta um revés significativo com o anúncio recente do fechamento permanente de todas as estações de bombeamento da Shell Hydrogen no estado. A empresa confirmou sua decisão, deixando os proprietários de veículos como o Toyota Mirai, Hyundai Nexo e Honda Clarity Fuel Cell, em uma situação ainda mais delicada.
A notícia, divulgada inicialmente pelo site Hydrogen Insight, revelou que a Shell operava sete dos 55 postos de hidrogênio de varejo na Califórnia, segundo dados da Hydrogen Fuel Cell Partnership (H2FCP). Embora não seja um golpe apocalíptico para a comunidade do hidrogênio, essa medida representa um desafio considerável para os usuários e para o mercado como um todo.
O vice-presidente da Shell Hydrogen, Andrew Beard, explicou que o fechamento ocorre “devido a complicações no fornecimento de hidrogênio e outros fatores externos do mercado”. Esta declaração indica claramente os desafios enfrentados pelo setor, incluindo longas filas nos poucos postos em funcionamento, funcionamento inconstante e problemas de confiabilidade nas estações de abastecimento.
Além disso, a situação é agravada por questões legais, com a empresa japonesa Iwatani processando o fornecedor de tecnologia de suas estações de hidrogênio, alegando falta de testes adequados e ocultação de defeitos.
No Brasil
Por aqui, no entanto, a Toyota vem trabalhando na produção de hidrogênio a partir do etanol produzido no interior de São Paulo. Tanto que trouxe ao País uma unidade do Mirai para testes de rodagem. Junto da Toyota, a chinesa nacionalizada GWM fechou um acordo com o Estado de São Paulo para investimentos conjuntos no desenvolvimento de tecnologias de propulsão a hidrogênio pra veículos leves.
A Toyota também deverá se beneficiar dos resultados destes acordos e, como trabalha há décadas na tecnologia de propulsão a hidrogênio, também já mostrou versões movidas pelo gás de Corolla Cross e até da picape Hilux.