O Conselho Municipal de Paris está atualmente debatendo uma proposta que poderia restringir significativamente o uso de motocicletas e scooters movidas a combustão dentro dos limites da cidade. O impulso por trás dessa iniciativa é o ruído gerado por esses veículos, que tem sido uma fonte constante de reclamações por parte dos parisienses.
Segundo Pierre-Yves Bournazel, representante do 18º distrito da capital francesa, a medida visaria especificamente as motocicletas e scooters com motores a combustão, deixando de fora os veículos elétricos da proibição proposta. A ideia seria proibir esses veículos de operarem em Paris entre as 22h e as 7h todas as noites, em um período experimental de um ano para observar os efeitos.
Bournazel aponta que cerca de 80% dos parisienses reclamam do barulho diariamente, embora haja questionamentos sobre a exatidão dessa estatística. Para reforçar a fiscalização, além da proibição noturna, o representante propõe o aumento do número de radares de som em toda a cidade.
Como alternativa aos veículos movidos a combustão, Bournazel sugere a promoção de veículos elétricos, propondo dobrar os programas de assistência financeira para incentivar seu uso. Isso incluiria bicicletas de todos os tipos, bem como scooters e motocicletas elétricas.
No entanto, a proposta não é livre de controvérsias. A Federação Francesa de Motociclistas Irritados (FFMC), um grupo conhecido por defender os direitos dos motociclistas, certamente terá uma posição a ser considerada. Este grupo já se manifestou contra outras medidas que perceberam como uma ameaça aos direitos dos motociclistas no passado.
Uma divisão da FFMC, a Federação Francesa de Motociclistas Irritados de Loire Atlantique, levantou uma questão interessante. Eles destacam que um dos líderes do Ras le Scoot, um grupo que faz campanha contra motocicletas em geral, trabalha para uma empresa de bicicletas elétricas e de carga. Isso levanta preocupações sobre potenciais conflitos de interesse e influências por trás das propostas.
À medida que o debate continua, fica claro que questões como poluição sonora e alternativas de transporte sustentável estão em jogo. Enquanto alguns buscam reduzir o ruído e promover a eletrificação, outros expressam preocupações sobre liberdades individuais e possíveis interesses ocultos.